Competing in the age of IA - Resenha crítica - Marco Iansiti
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Competing in the age of IA - resenha crítica

Competing in the age of IA Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Tecnologia e Inovação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Competing in the age of IA

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 6587191746

Editora: Harvard Business Review Press

Resenha crítica

"É um Rembrandt!"    gritou um senhor da audiência. Vários outros se juntaram a ele, confirmando, aquele quadro que estava sendo projetado diante deles pertencia ao pintor holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn, um dos maiores nomes da História da Arte. A medida em que a apresentação acontecia, o segredo é revelado: Aquela pintura, que a plateia reconhecia como fruto do trabalho artístico de um dos maiores pintores do mundo, que seguia seu mesmo estilo, na verdade havia sido gerada digitalmente por uma agência de publicidade, e existia "apenas" na forma de 148 milhões de pixels. A "obra" foi criada com a ajuda de uma inteligência artificial, alimentada por engenheiros de software, cientistas de dados, e, sim, especialistas em Rembrandt, que juntos chegaram a um algoritmo que conseguiria replicar o estilo do holandês. 

O time de humanos, além de formar o algoritmo que viria a produzir a tela digital, decidiu como seria a pintura: um homem caucasiano, olhando para a direita, vestindo um chapéu. Alimentaram a máquina com tais informações, e, de repente, lá estava. Um novo quadro de um pintor que havia morrido séculos atrás. Este era um novo passo que surgia, agora as tecnologias podiam não apenas reproduzir obras que já existiam, mas criar obras tão convincentes que pareciam criadas por mãos humanas. O quadro se chamou "O próximo Rembrandt".

A era da inteligência artificial

À medida em que novas possibilidades para a utilização de IAs surgem, elas estão se tornando o próprio cerne da administração e negócios, definindo como as empresas administram e executam as suas tarefas. Então, não basta apenas dizer que a IA está "tomando" o lugar da mão de obra humana, elas estão por si só transformando a ideia que possuíamos de uma empresa. De acordo com os autores, agora é mais uma questão de entender as IAs não como uma simulação do comportamento humano, mas como uma nova possibilidade das próprias estruturas do mundo.

Nessa nova cadeia produtiva, os humanos fazem os softwares e algoritmos, mas as máquinas que fazem o trabalho braçal: elas que "pintaram" o novo Rembrandt, por exemplo. Uma das consequências disso é que os trabalhos que contam com a performance de IAs se tornam escalonáveis de modo muito mais rápido, ou seja, atingem novos patamares e mercados do que os processos tradicionais. Isso acontece pois as máquinas se comunicam entre si gerando novos resultados, que antes eram impensáveis - até mesmo uma IA "fraca" e menos avançada pode ter um impacto positivo na performance de uma empresa.

A competição transforma

Os autores nos lembram que em momentos de significativo avanço tecnológico, sempre somos pegos de surpresa, imaginando como aquilo que antes era impensável e agora está diante de nós vai mudar nossas vidas. Um exemplo prático disso foi a invenção da fotografia, que fez pintores questionarem se seus trabalhos ainda fariam sentido: pra quê retratar o mundo manualmente se agora um novo dispositivo poderia fazer esse recorte de forma mais precisa e rápida do que eles jamais conseguiriam?

O surgimento e popularização da fotografia fez surgir novas técnicas que antes não haviam sido pensadas, estimulou os artistas a procurarem novas abordagens. Esse não é o único exemplo na história da humanidade: todas as vezes que uma nova tecnologia surgia, ela tornava, ao menos a princípio, uma outra obsoleta. Os autores continuam e nos lembram a invenção da fotografia digital, em 1975, a qual, agora, permitia que a foto pudesse ser vista assim que fosse tirada e armazenada em forma de dados. A novidade cria oportunidades, faz surgir novas ocasiões de trabalho e, possivelmente, se bem aproveitadas, lucro. É só pensarmos que o início da fotografia digital e sua facilidade de compartilhamento foi o que viria a dar início às redes sociais.

Uma IA "fraca" é melhor que nada

Já passamos da metade desse microbook e agora vamos ver que o termo "inteligência artificial" parece ter saído de um filme de ficção científica. O que nos vem à mente são computadores capazes de tramar o fim do mundo, robôs humanoides com sentimentos e casas capazes de se autogerir. Mas, na verdade, um algoritmo simples, como os utilizados pela maioria dos sites de busca que utilizamos, é capaz de gerar receitas consideráveis para as empresas. Mesmo sendo simples, a maioria desses algoritmos é capaz de se autossustentar e se auto-aprimorar. 

Por exemplo, sabe quando começamos a digitar algo no Google e o computador nos sugere uma pesquisa? Isso é resultado da utilização de milhares de usuários, que tentaram fazer pesquisas semelhantes com as palavras-chave que você utilizou, e assim "domesticaram" aquele site a entender aquelas palavras como um gatilho para aquela busca específica. 

Essa capacidade do algoritmo de aprender abriu novas possibilidades jamais antes pensadas. Desde a Revolução Industrial, o conceito de "escala" foi amplamente utilizado por praticamente todos os modelos de negócio como uma forma de medir seu alcance e crescimento. Na época digital, a escala e o aprendizado tornam-se inseparáveis, e seu limite agora passa a ser inimaginável. 

Num modelo tradicional de negócios, a escala é limitada. Em algum momento, a empresa estanca: ela só consegue receber de volta uma parcela do seu maior esforço. No modelo de negócios em que utilizamos a IA, isso não é necessariamente verdade. Os autores nos apontam o exemplo da Amazon, uma das maiores empresas do mundo, que transformou o ato da compra cotidiana numa máquina bilionária graças à utilização de um algoritmo que oferta os produtos certos para as pessoas certas ao mesmo tempo que regula o preço dos seus produtos de acordo com o mercado.

Mude a tradição

Já entendemos que a digitalização das empresas pode trazer vários avanços e conquistas, e que o modelo tradicional e mais "analógico", apesar de mais confortável, coloca um limite nos possíveis resultados. Os autores nos lembram que até mesmo empresas já consolidadas no mercado mundial estão passando por essa transição atualmente: a Vodafone, a Visa, e até mesmo o WalMart (que tem como maior concorrente a Amazon, que citamos anteriormente).

No caso do Walmart e outras companhias parecidas, que trabalham com produtos físicos, antes era comum a organização desses produtos em estoque pelos silos. Agora, essas empresas buscam digitalizar todo seu estoque em único "lugar", a nuvem. Nuvem é como chamamos um modelo de armazenamento e compartilhamento digital, e para essas empresas torna o processo de venda muito mais dinâmico e inteligente, garantindo que o cliente tenha aquilo que deseja independentemente de onde ele esteja no mundo.

 Claro, esse processo não é rápido ou simples, algumas empresas vão conseguir manejar esses procedimentos de uma maneira mais fluida do que outras, e algumas poucas provavelmente não serão bem-sucedidas nesse processo. Um ponto a se tomar cuidado para não remover totalmente os limites. Atualmente, já compreendemos melhor o poder da internet e a viralização das coisas, e sabemos como é importante a mediação humana, uma liderança humana na verdade, principalmente para o gerenciamento de crises. Devemos nos munir da conveniência e do grande poder das IAs em nossos negócios, mas lembrando que trabalhamos para humanos, e com humanos. No final das contas, o melhor resultado passa pelas nossas mãos.   

Notas finais

"Competing in the age of IA" é um guia prático e indispensável para todos aqueles que possuem um negócio, seja ele qual for. Muito se escuta sobre algoritmos, IA, substituição de mão de obra humana, mas, e na prática? Este livro nos mostra o mecanismo de uma empresa por dentro, e oferece caminhos empíricos para aplicar as dicas que eles dão de como digitalizar sua empresa e escapar do limite que os modos mais tradicionais de negócios nos colocavam.

Dica do 12min

Começamos a falar sobre este livro mencionando a obra, criada por IA, "O próximo Rembrandt". Ficou curioso com o que mais os algoritmos são capazes de gerar? Dê uma olhada no microbook já disponível em nossa biblioteca, "Age of IA: And our Human Future", que questiona o poder da IA de gerar novos produtos, assim como seu papel em nossa sociedade, relações e política.

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Quem escreveu o livro?

Professor da Faculdade de Negócios de Harvard, Iansiti possui uma extensa pesquisa de como empresas estão se transformando para acompanhar a revolução digital moderna. Seu principal interesse são os novos modelos de negócios e gerenciamento de ambientes empresariais que utilizam ferramentas de IA. Entre seus trabalhos já publicados, o pro... (Leia mais)

Professor de administração de negócios na faculdade de Negócios de Harvard, Lakhani possui um PHD em administração pelo MIT. Seus principais interesses envolvem... (Leia mais)

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